Coletiva "Narrativas Paralelas"

Local  Helder Alfaiate Galeria de Arte, Ericeira
Data  15 de fevereiro a 20 de abril 2014
Imprensa  AZUL Ericeira Mag - entrevista
                AZUL Ericeira Mag - exposição



"Interioridade #3"
Técnica mista sobre tela
30 x 30 cm
2014

"Interioridade #6"
Técnica mista sobre tela
40 x 40 cm
2014

"Interioridade #7"
Técnica mista sobre tela
40 x 40 cm
2014

     Sobre a série “Interioridades”:
     A premissa “Casa”, um habitáculo da intimidade, surge como elemento principal e primitivo do processo criativo. Este espaço privado, interior, íntimo e doméstico abre caminho para outro princípio fundamental, a “Espera”, que evidencia a feminilidade, pertencendo aos valores da intimidade e do próprio espaço físico de cada um, uma interioridade e familiaridade que reporta para o território pessoal. A “Casa”, que alberga a memória, a lembrança, o sonho, a intimidade e a solidão, como cerne do trabalho, lembra Gaston Bachelard na análise que faz a esta morada pessoal e a sua ligação com racionalidade e irracionalidades. Deste modo, a “Casa” é, enquanto espaço interior, o lugar onde nascem os sonhos nos momentos de solidão e, também, onde se constroem as vivências mais íntimas e pessoais.    
    É entre paredes que se materializam narrativas, através da recolha de experiências confinadas ao lar, em que o processo artístico remete, igualmente, para a pintura de género, exibindo cenas de interior, situações de rotina ou frames do quotidiano, bem como a figura feminina enquanto objeto de contemplação, mas sem qualquer revolta declarada.
   A série “Interioridades” dá, assim, continuidade a um processo em torno de cenários interiores, um conjunto que evoca as interioridades do lar, como espaço doméstico e estado afetivo, assim como um lugar seguro e prisioneiro, sugerindo feminilidade. “Interioridades” torna o observador em voyeur, levantando questões sobre o prazer da contemplação da intimidade do Outro. A matriz que remete para o resguardo, a proteção, o esconderijo ou a clausura da arena privada, deixa transparecer uma ambiguidade na posição das figuras, expressando privacidade, intimidade e alguma sensualidade, abordando, portanto, uma dualidade: o público e o privado.
     Lara Roseiro
     Fevereiro 2014 

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